sexta-feira, 23 de abril de 2010

DIÁLOGO DE PAI E FILHO


Meu filho, navegando pela internet, juntamente com uma de suas inúmeras primas, em dado momento se deparou em uma comunidade de relacionamento, mas diretamente ligada ao povo de Cachoeira do Ararí, observando que o cidadão Odair Avelar, havia postado em sua página de um site de relacionamento, insinuações em que eu pertencendo a uma quadrilha composta por várias pessoas cachoeirenses, poderia estar participando do Big Brother, disputando um milhão e meio de reais. Confira a foto abaixo.



Indignado, meu filho quase vai as lágrimas. Conteve-se, porém. À sua indignação, se juntou uma tristeza muito grande. Meu filho sabe o pai que tem. Além de indignado e triste, perguntou-me inconformado: Pai, ele pode fazer isso? Respondi de pronto. Meu filho, a lei não permite que possa difamar, caluniar ou injuriar pessoas, assim também como é crime assediar menores, molestá-los, abusar sexualmente de qualquer pessoa, enfim, cometer ilicitudes tipificadas no código penal.

Continuei conversando e acrescentei a ele, seu pai não responde a qualquer tipo de processo penal. Seu pai, hoje não pode advogar, devido ao cargo que ocupa. Seu pai já frenquentou muitas vezes fóruns e tribunais, mas na condição de advogado, nunca na condição de réu.

Percebi que meu filho estava mais tranquilo e pedi-lhe permissão para lhe contar um caso. Permissão dada comecei então a narração de um caso acontecido há muitos anos comigo, exemplo típico de uma grande ingratidão.

Em uma de minhas idas à Cachoeira, fui procurado pelo cidadão Odair Avelar, que se encontrava na condição de réu em um processo penal, em tramitação na comarca de Cachoeira do Ararí. Não me recordo se este era o seu primeiro como indiciado, sei, porém, que não foi o último. Disse-me que não poderia pagar meus honorários, posto que se encontrava em dificuldades financeiras. Entendi seu desespero e me prontifiquei a defendê-lo. Assim o fiz, exercendo com responsabilidade a condição de seu defensor.
Meu Filho interrompeu a narração perguntando-me: Papai, o senhor o defendeu de graça? Respondi que sim, acrescentando que até as despesas com meu deslocamento foram custeadas por mim.
Meu filho então me disse: Pai, ele lhe agradeceu no final? Não, meu filho, ele não se dignou a dizer sequer um obrigado.
Meu filho então finalizou dizendo: Papai esqueça as ingratidões, esqueça as injustiças. Reze por ele. O caso dele, somente Deus poderá resolver.
Sim meu filho, eu rezarei. Se isso puder ajudá-lo, embora saiba que será mais uma colaboração a ser para com a ingratidão. Afinal, quem não conhece o Odair Avelar.
Por Jaime da Silva Barbosa.